
Fonte: Pinterest
Imagine-se no seguinte quadro:
- Modelagem com encaixe perfeito
- Tecido com caimento adequado em acordo com o modelo escolhido;
- Máquina de costura bem regulada
- Aviamentos adequados com para proposta do modelo;
- Assessoria de um professor super capacidado ou tutoria de um profissional;
- Prazo de entrega confortável;
E chegou o momento do CORTE DO TECIDO!!!!!!

Fonte: Pinterest
Para algumas pessoas parece fácil, e pessoas assim como eu, acreditam que depois da peça pronta e aprovada esse é um dos melhores momentos !!!
Ouvir o som agradável da tesoura a contornar a contornar o molde com o corte, com a expectativa firme de uma peça linda e bem acabada ao final de todos os processos !
Porém para algumas pessoas este é o pior momento!
Em quase todos os workshops que eu tenho assistido, tenho observado a prevalência de pessoas que dizem ter medo de cortar tecidos!!!
No começo eu achava que era apenas uma brincadeira, mas a ocorrência dos comentários começou a aumentar nos comentários de cada live, em cada aula dos workshops de costura e modelagem, e me chamou a atenção de forma a perceber que algo não estava certo!
Não eram mentes mimadas, como muitos poderiam achar, mas achei que merecia um olhar mais empático à respeito!
Então qual a origem deste MEDO ????
A situação de uma pessoa com MEDO de cortar tecido, é de fato algo REAL !
Segundo a pesquisadora e professora na área da Saúde Mental e Psicologia Social, Leila Tardivou, da Departamento de Psicologia Clínica do Instituto de Psicologia da USP, o MEDO é estado emocional que surge quando o indivíduo está diante de uma ameça a sua vida ou a vida de alguém, onde neuroquímicos são liberados gerando reações fisiológicas involuntárias.
Ainda, segundo a Dra Leila Tardivo, o grande problema é quando o medo se torna uma fobia tão intensa que provoca limitações na vida diária do indivíduo, neste caso tal situação deve ser vista de forma empática e é perfeitamente passível de cuidados profissionais de psicoterapia e quando necessário com o uso de medicação, com o objetivo de trazer alívio e equilíbrio ao indivíduo.
Outras opções muito bem vindas aos dias de hoje são as terapias alternativas, que já possuem as terapias alternativas e complementares, como as essências florais de Bach, acupuntura, aromaterapia, bioenergética, constelação familiar, cromoterapia entre outras práticas, que são aprovadas pelo SUS, e praticadas por profissionais treinados e habilitados.
Convidamos uma a fisioterapeuta, especialista em MTC com 13 anos de experiência e professora de terapias integrativas, Dra. Gabriela Hach, para nos dar algumas dicas de acupuntura nos momentos de medo.

Imagem: Dra Gabriela Hach Fonte: Facebook instagram: @gabriela.acupunturista
PONTOS MERIDIANOS PARA CONTROLAR OS MEDOS,
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O NOSSO SENTIMENTO MAIS ANCESTRAL

FONTE: https://br.pinterest.com/pin/213358101086965136/
Imagine o que seria da humanidade se o medo não existisse ?
Ou a fome, o frio, o calor, a curiosidade, instinto parental, repulsa, escape, combate, (…) ?
Talvez não estivéssemos aqui para conversar sobre qualquer assunto, pois foi dessa forma que os melhores da espécie puderam permanecer, reproduzir-se e povoar o planeta!
São comportamentos inatos fixos, transmitidos de forma hereditária respeitando a necessidade característica de cada indivíduo ou espécie, são os INSTINTOS !
REAÇÕES FISIOLÓGICAS DO MEDO DE CORTAR TECIDO
Moldes sobre o tecido, tudo no fio correto, tudo de acordo, e derepente você sente:
-
- Respiração mais acelerada e profunda, aumentando as atividades pulmonar;
- Sensação de frio no estômago;
- Tontura;
- Boca Seca;
- Mão Trêmulas;
- Irritabilidade;
- Suor Frio;
- Raciocínio compromometido
- Paralisia (Freezing) (…)
Você tem algumas destas reações acima?
PARE E RESPIRE E EXPIRE, PROFUNDAMENTE !

Fonte: Pinterest
INSPIRE,
EXPIRE,
PROFUNDAMENTE !
PARE O QUE ESTÁ FAZENDO!
TOME UMA ÁGUA!
COLOQUE UMA MÚSICA BEM DANÇANTE,
E
DANCE !
FISIOLOGIA DO MEDO,
CONHECIMENTO PODE SALVAR A SUA VIDA!
A respiração fica acelerada, para captar mais oxigênio para o sangue arterial, esse processo é chamado de:

IMAGEM: HEMATOSE Fonte: [https://mundoeducacao.uol.com.br/biologia/hematose.htm]
Hematose, quando acontece a troca do Dióxido de Carbono presente nas hemácias através do sangue VENOSO, que chegam aos alvéolos pulmonares e são liberados através da expiração.
Com a inpiração, recebemos oxigênio, que se liga às hemácias e seguem pelas ARTÉRIAS, para irrigar todo o corpo com o sangue rico em oxigênio.
Entretanto, no caso das relações fisiológicas geradas pelo medo, as reações que acontecem em frações de segundos, liberam muitos hormônios e açúcares na corrente sanguinea.
Por exemplo, o fígado que tem como uma de suas funções armazenar e fornecer “açúcar” ao sangue, passa a liberar uma quantidade extra do mesmo, na corrente sanguínea.
As glândulas suprarrenais produzem um aporte extra de adrenalina e noradrenalina, que provocam aumento dos batimentos cardíacos e da pressão arterial, e ainda provoca vasoconstrição.
A digestão é terrivelmente comprometida, pois algumas artérias se contraem diminuindo o aporte de sangue ao estômago, paralizando-a.
Porém com isso, os músculos recebem um aporte a maior de sangue super nutrido para
correr ou lutar.

IMAGEM: Medo Inato Fonte: Pinterest
Mas se todos os hormônios que foram despejados no organismo, não forem utilizados?
O ser humano além do instinto do medo, tem um intelecto avançado, que possibilita através da imaginação, criar e/ou reviver situações advindas de traumas, sensações recebidas durante a gestação, pensamentos autosabotadores, crenças familiares, (…), ou seja, tudo que uma mente criativa gosta de desenvolver!
Em tudo isso há um grande perigo!
Situações de medos imaginários, podem levar ao estímulo do instinto e suas reações por diversas vezes ao dia !
Os hormônios produzidos se acumulam no organismo levando ao estresse oxidativo.
O extresse oxidativo, provoca sérios danos às biomoléculas (DNA, Lipídios, proteínas).
Se os danos não forem imediatamente reparados, o funcionamento das células ficam comprometidos, levando à sua morte, processo esse chamado de Apoptose ou Necrose.
No caso das células do sistema nervoso, os neurônios, não há como recuperar, apesar dos estudos estarem avançando muito à respeito da plasticidade neuronal.
Outro detalhe importante está no estômago, que devido a vasoconstrição constante, não que acaba por não permitir o aporte saguíneo para a camada mucosa, que é a camada em contato com os alimentos, que por não estar recebendo os nutrientes necessários através do sangue acaba por gerar necrose, deixando outras camadas deste orgão vulneráveis aos ácidos estomacais e, por fim, resultando em úlcera péptica.
Cabe observar que o estômago é responsável pela secreção do chamado fator intrínseco, uma glicoproteína. Essa glicoproteína é responsável por se combinar com a vitamina B12 de modo a torná-la disponível para a absorção intestinal. (BRASIL ESCOLA; Estômago: anatomia e funções, doenças)
E o fígado, que devido a constante demanda de “açúcar” ao sangue, começa a não suprir na mesma quantidade, pois o pâncreas que antes produzia insulina atendendo a demanda do fígado na , começa a falhar resultando em um processo de pré-diabético evoluindo o quadro para a
DIABETES MELLITUS EMOCIONAL tipo 1 ou 2.
A SEGUNDA GRANDE GUERRA MUNDIAL E O SEU MEDO DE CORTAR TECIDO
“O corpo não esquece. Tudo o que foi vivido durante a infância, através de
sensações, permanece registrado. A somatização é uma forma de comunicação desses
registros ancorados no corpo”
Dr. Frederico Navarro
Esta é a visão da somatopsicodinâmica, onde as doenças podem ser explicadas pelas condições mentais a quais são submentidos os indivíduos, metodologia desenvolvida pelo Dr. Frederico Navarro, Médico Neurologista e Psiquiatra (1991), aplicada pelo CENTRO REICHIANO & VOLPI.
Segundo esta visão, mesmo no útero o feto mantem-se em comunicação constante com a mãe, podendo até sentir e responder aos estímulos do meio, aos estresses, que podem ficar registrados na memória sensorial. E mais tarde na em qualquer fase da vida poderá ocorrer manifestações que podem trazer doenças físicas e/ou mentais como consequência.
Parece loucura, né?
Mas o medo de cortar tecido pode estar nas suas memórias de infância ou nas suas células, como uma herança genética, advindas por sensações vividas pelas mães, avós e até bisavós. Quanto mais traumatizante foi o processo, maior a possibilidade destas vivências serem transferidas para gerações seguintes.
Aqueles que vivenciaram a escassez na época de qualquer gerra, que é um evento catastrófico, pode influenciar o comportamento das gerações seguintes.
Histórias contadas de um parente para outro, registro de eventos que levaram pessoas à morte ou danos físicos, perdas materiais, agressões verbais, luta pela sobrevivência, (…), fica registrado no subconsciente.
” Senta, que lá vem a História…”
A Segunda Grande Guerra Mundial (1939-1945), deixou rastros catastróficos para o mundo inteiro, mas especialmente para a Europa.
Não obstante quando terminou, a miséria, falta de energia, o frio e a fome, continuaram a serem os algozes do povo europeu.
Paris, o centro da moda no mundo até aquele momento, obrigou-se a rever suas políticas e fazer uso intenso da criatividade e trabalhos artesanais, para continuar a coexistir em meio a tantas atrocidades, demonstrando a resiliência, mudava o modo do mundo usar a moda e a forma de se moldar o pensamento socioeconômico.
Com a ocupação em Paris pelas forças Nazistas, em Julho de 1940, enfrentando o desafio para uso de novos tipos de tecidos, os sintéticos, normas para confeccção de roupas e a mão de obra escassa.
A França por ter tradição no setor de alta costura e liderar a até então a moda feminina, determinava de certa forma a cartilha de como outros países deveriam agir, como um inconsciente coletivo, influenciando inúmeras nações.
Em 1941, o governo determinava a forma de consumo de roupas adotada pela população, através tíquetes ou cupons.
Logo em seguida veio a determinação do desenho das roupas a ser confeccionadas, com o objetivo de economizar no tecido.
Por exemplo, existiam regras para o número de botões, altura das saias até o joelho, saias retas, com número de pregas limitados.
Fibras naturais como seda eram direcionadas para os paraquedas, mas a lã mais em conta, custando menos cupons, levando as mulheres a tricotarem para si e para toda a sua família, os seus pulôveres, luvas, cachecois até roupas de baixo, para enfrentar o frio europeu. Desta forma, através da criatividade era possível dar personalidade nestas peças.

Fonte: Pinterest

Fonte: Pinterest
O BRASIL NA ÉPOCA DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL E A MODA
Muito embora o Brasil tenha se tornado um país neutro na época da Segunda Guerra Mundial, sofria igualmente com a escassez de recursos de todos os tipos, inclusive abrindo mão do racionamento para frear o consumo interno, e enviar o que fosse necessário para a guerra.
Nesta mesma época, muitos soldados brasileiros foram lutar na Itália (Força Expedicionária Brasileira) 1943, com os países aliados.
Muitas famílias ficaram sem o provedor do lar, forçando inúmeras mulheres, não somente no Brasil, mas no mundo inteiro, a assumir postos masculinos.
Os costumes mudaram assim como os valores sociais, trazendo a todos a urgente necessidade de contribuir para os fim da guerra e a manutenção das suas famílias.
O cenário passou a ser ocupado por mulheres vestidas de uniformes com ares masculinos, cortes retos, tecidos baratos enfim vestes funcionais.
E para o cotidiano, fora do horário das fábricas, era possível observar, trajes femininos, austeros com paleta de cores limitadas, roupas reaproveitadas.
Os tecidos sintéticos como o rayon e da viscose, ganham espaço no mercado, como opção a seda. Neste momento alguns materiais que não recebiam o devido valor, passassem a fazer parte da composição das criações desta época, favorecidos pela criatividade.
Mais uma vez, a economia doméstica representava matéria de grande importância o contexto social.

Fonte: Pinterest

Fonte: Pinterest (The Vintage News)
Com o racionamento de tecidos e aviamentos, errar no corte, na modelagem, poderia significar muito para as famílias, que já sofriam com a falta de alimentos e de alguns confortos que este período levou.
Mesmo que você não tenha vivenciado esta época, talvez a sua mãe ou a sua avó, ou mesmo a sua bisavó, vivenciou, e não é negável o fato de que agora mais do que nunca, o saber fazer doméstico, deveria necessariamente estar ligados as ideias tradicionais de feminilidade que vigoravam naquela época.
Cursos de corte e costura foram desenhados para moças em conjunto com os seus estudos regulares.
Na matriz curricular do curso podemos também observar outras matérias, tais quais, a economia doméstica e tecnologia culinária.
A ansiedade das mulheres que ocuparam os postos dos homens que foram lutar na Itália, variava entre o medo de receber uma má notícia (morte, perda da saúde, da capacidade funcional), mas também a perda do emprego para ao final da guerra.
Eram momentos tensos, e por isso , marcaram muito o inconsciente de muitas mulheres, que não poderiam se dar ao luxo de errar, seja em um corte de tecido, na cozinha, na criação dos filhos ou no ambiente de trabalho.
Não podemos deixar de esquecer que as famílias ainda eram numerosas, e isso demandava ainda mais despesas e preocupação com a sobrevivência e conforto de todos.
Talvez o seu medo esteja enraizado nesta situação.
De qualquer maneira, vale buscar ajuda médica e/ou psicológica especializada, para evitar a somatização de doenças oportunistas.
Portanto, saiba,
é VOCÊ que está no comando!
E se você está aí, é porquê tem competência para acertar e autorização para errar !

Fonte: Pinterest
Autora:
Débora Oliveira (Costureira, Modelista e Competente para Acertar e Autorizada Para Errar)
FONTES DE REFERÊNCIA:
- BRASIL ESCOLA; Estômago: Anatômia, funções e doenças.[https://brasilescola.uol.com.br/biologia/estomago.htm]
- Mundo Educação, Biologia, Anatomia Humana: Hematose [https://mundoeducacao.uol.com.br/biologia/hematose.htm]
- O Medo é uma reação necessária?; Programa É Bom Saber, Radio USP [https://jornal.usp.br]
-
Psychological conditions in adults with diabetes
[https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/27690484/] consulta em 19/MAR/2022 as 19:00 h. -
Oxidative damage and neurodegeneration: what have we learned from transgenic and knockout animals?Lívea Fujita Barbosa, Marisa H.G. de Medeiros, Ohara Augusto [https://doi.org/10.1590/S0100-40422006000600034]acesso em 18/MAR/2022 as 23:43 h
- PORTARIA Nº 971, DE 3 DE MAIO DE 2006; Acupuntura tecnologia de intervenção em saúde; Medicina Tradicional Chinesa; [https://www.cff.org.br/userfiles/38%20-%20BRASIL_%20MINIST%C3%89RIO%20DA%20SA%C3%9ADE_%20Portaria%20n%C2%BA%20971,%20de%2003%20de%20maio%20de%202006_.pdf]
- PORTARIA N° 702, DE 21 DE MARÇO DE 2018; Altera a Portaria de Consolidação nº 2/GM/MS, de 28 de setembro de 2017, para incluir novas práticas na Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) [https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2018/prt0702_22_03_2018.html]
- VOLPI, José Henrique. Psicossomática Reichiana – A Neurose Congelada No
Corpo. In: VOLPI, José Henrique; VOLPI, Sandra Mara. Psicologia Corporal.
Revista Online. ISSN-1516-0688. Curitiba: Centro Reichiano, 2014. Disponível
em: [http://www.centroreichiano.com.br/artigos-cientificos/] - Os impactos da Segunda Guerra Mundial e a regulação das relações de trabalho no Brasil; FORTES, A.; [https://journals.openedition.org/nuevomundo/66177]
-
A versatilidade da roupa femininae a luta diária da mulher durante a segunda guerra mundial; SILVEIRA, L.P.[https://periodicos.ifsul.edu.br/index.php/poliedro/article/view/753/639]